Neste estudo faremos uma análise sobre o milênio e sobre a
transfiguração de Jesus no Monte Tabor. Veremos também a visão
de João no capítulo 4 do Apocalipse e o arrebatamento de Paulo
no capítulo 12 de sua Segunda Epístola aos Coríntios.
Podemos imaginar a transfiguração no sentido literal, ou será
que devemos entendê-la num plano figurativo? Então, vamos deixar
que o Espírito Santo nos inspire a encontrar estas e outras
respostas na Palavra de Deus e permitir que Ele nos leve ao
correto entendimento.
Introdução
Quem está habituado a ler a
Bíblia certamente já parou para pensar nas promessas de Deus,
nas profecias que anunciam o fim, na volta de Jesus, no
arrebatamento dos santos e no milênio. Temos conhecimento de
muitas explicações sobre estes temas, mas será que podemos
confiar sem conferir na Bíblia se tudo que é ensinado é
verdadeiro? A Bíblia é a Palavra de Deus, e para nós, o que
realmente interessa são suas sustentações. Digo isto porque o
assunto a ser tratado neste estudo exige muito de nossa fé e da
credibilidade que damos à Palavra de Deus. Para começo de
conversa, devemos reconhecer que não adianta falar do milênio
para quem é amilenista. Ou, que aproveitaria falar neste tema
para quem não abre mão da esperança de ir morar no Céu? Ou
ainda, que proveito tem falar deste período para quem entende o
milênio como um tempo espiritual? Ou seja, que nunca se cumprirá
literalmente? (Hb 11.1).
Diante destas interrogações, temos dois caminhos a escolher: Ou
ficamos com a Bíblia, e aceitamos sua mensagem pela fé, ou
negamos a fé, e admitimos o milênio em sentido figurado, e que
nada neste período se tornará realidade.
Que quer dizer o termo
"milenarismo"?
Segundo o Dicionário Online
de Português, milenarismo é: "Doutrina de certos escritores dos
primeiros séculos e de certas "seitas" cristãs modernas, segundo
os quais Cristo reaparecerá na terra para reinar durante mil
anos…". Se esta é a definição que se dá a quem tem esta crença,
à qual chamam seita, então os profetas e apóstolos eram todos
milenaristas. O profeta Jeremias, por exemplo, disse que Jesus
reinará e praticará juízo e justiça na Terra.
(Jr 23.5). O anjo Gabriel
profetiza a Maria dizendo que o Messias reinará eternamente
sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
(Lc 1.33). Isaías diz que o
Messias reinará no Monte Sião e em Jerusalém.
(Is 24.23). E muitos outros
textos nos Salmos, nos profetas e no Apocalipse afirmam que o
Messias reinará por mil anos e julgará as nações sobre a Terra.
(Mt 5.5; Ap 5.10,20.1-4; Dn 7.27).
Há certo receio da parte de
muitos em aceitar o milênio no sentido literal. Talvez seja
porque este estudo diverge da opinião da maioria e não comunga
com os ensinamentos oriundos de crenças pagãs. Este receio, em
relação ao que pregamos, não faz sentido. Tudo que defendemos é
profundamente arraigado na Bíblia, e nada dizemos que não seja
assegurado pela Escritura Sagrada. Ora, se algum ensino é causa
de preocupação, por não estar em conformidade com a Bíblia, ele
certamente não faz parte de nossa profissão de fé. Devemos sim,
ter receios, mas quando o que se ensina não está de acordo com
os profetas e apóstolos. Por exemplo: Onde está escrito na
Bíblia que Jesus virá buscar os crentes para morar no Céu? Onde
está escrito que o sábado foi abolido e em seu lugar foi
constituído o domingo como dia do Senhor?
Nem mesmo na Bíblia
Católica aparecem tais ensinamentos, contudo, eles são ensinados
ao povo tendo somente o Catecismo como base. Jesus adverte:
"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
(Jo 8.32). Se a Bíblia é a
verdade, é nela que devemos nos apoiar para conhecer a vontade
de Deus. Entre as mensagens de advertências, uma chama à nossa
atenção e convida os crentes a abandonar todo ensino que não
provém da Palavra de Deus. "E ouvi outra voz do céu, que
dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos
seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas"
(Ap 18.4).
Nem mesmo aquelas pessoas,
a quem Jesus dirigiu a fala, se mostraram dispostas a aceitar
que precisavam de alguma libertação. A reação deles foi até meio
agressiva: "Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a
ninguém; como dizes tu: Sereis livres?"
(Jo 8. 33). Eles eram
maioria e pessoas muito religiosas. Contudo, Jesus dizia que
elas precisavam se libertar. A comodidade e prosperidade
oferecida pelas grandes religiões conseguem manter as pessoas
presas aos seus ensinamentos. Não fomos nós os inventores da
mensagem messiânica que defende o reino de Cristo neste período.
Se afirmamos que haverá mil anos de paz sobre a Terra, é porque
isto é uma promessa da Bíblia. Não se trata de uma invenção,
esta mensagem foi anunciada pelos profetas e pelos apóstolos.
Não podemos negar que a ostentação e o espírito de grandeza, em
muitas igrejas, desestimulam os crentes a correr atrás de
aperfeiçoamento na fé.
Houve resistência à
mensagem do milênio?
No início da Era Cristã
muitos se levantaram em defesa dos mil anos de paz sobre a
terra. Por outro lado, influências neoplatonistas provocaram
também grande resistência, de forma que o Milenarismo acabou
sufocado pela maioria dos líderes daquela época, conforme
documenta o parágrafo seguinte.
"Segundo documenta The Catholic Encyclopedia (1913), KIRSCH, a
oposição ao milenarismo tornou-se mais generalizada no fim do
segundo século, e foi de mãos dadas com a luta contra o
Montanismo. O presbítero romano Caius (final do segundo e início
do terceiro século) atacou os milenaristas. [...] O mais
poderoso adversário do milenarismo foi Orígenes de Alexandria.
Tendo em vista o neoplatonismo em que suas doutrinas foram
fundamentadas e de seu método espiritual-alegórico de explicar
as Sagradas Escrituras, ele não poderia andar lado a lado com os
milenaristas. Combateu-lhes expressamente, e, devido à grande
influência que seus escritos exerciam sobre a teologia
eclesiástica, especialmente em países orientais, o milenarismo
foi desaparecendo gradualmente dentre os cristãos orientais.
[...]
Por outro lado; Santo Agostinho foi durante algum tempo, como
ele próprio testemunha em seu livro: (De
Civitate Dei) (A Cidade de Deus),
um defensor do milenarismo; mas depois ele passa a defender o
milênio de uma forma mais espiritual (Sermo, CCLIX). [...] Santo
Agostinho finalmente concebe a crença de que não haverá milênio.
[...] No mesmo livro, ele dá uma explicação alegórica do
capítulo 20 do Apocalipse. A primeira ressurreição, de que trata
este capítulo, diz ele, refere-se ao renascimento espiritual no
batismo; o sábado de mil anos após os seis mil anos de história
é o uma figuração da vida eterna - ou, em outras palavras, o
número de mil destina-se a expressar a perfeição, e o último
espaço de mil anos deve ser entendido como referindo-se ao fim
do mundo; em todos os casos, o reino de Cristo, do qual o
Apocalipse fala, só pode ser aplicada à Igreja (De Civitate Dei,
XX 5-7). Esta explicação do ilustre médico foi adotada por
sucessivos teólogos ocidentais, e o milenarismo em sua forma
anterior deixou de receber apoio...
Johann Peter Kirsch
Se para Agostinho o milênio
simplesmente não existirá, para outros, a Terra será
transformada em um caos profundo e permanecerá vazia até o final
dos mil anos. Entre as muitas definições do milênio, há também o
Pré-milenismo, ensino que defende uma futura era áurea. Neste
ínterim, Cristo aparecerá pessoalmente, e, em função de Seu
retorno, inicia-se o milênio, no qual, Davi reaparecerá para
reinar sobre Israel.
Algo que você precisa
conhecer!
Imaginar um mundo de paz e harmonia, onde predomine a justiça, a
retidão e o amor, distante da realidade crítica de nossos dias,
pensar que neste mesmo planeta, todas essas coisas são
plenamente possíveis não é fruto de imaginações fantasiosas.
Tudo isto, não só será possível, como será uma realidade em
tempos vindouros. A Bíblia traz uma vasta lista de textos sobre
este tema, dentre os quais, destacamos alguns que nos auxiliarão
no entendimento deste estudo. Para nós, o estudo do evangelho do
reino é fundamental, porque entendemos que anunciá-lo ao mundo é
nossa missão, e acima de tudo, faz parte do "Ide" que Jesus nos
confiou. "Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu
anuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque
para isso fui enviado"
(Lc 4.43).
O mundo, ao longo dos séculos, tem sofrido terremoto, vendavais,
tufões, enchentes e notáveis sinistros da natureza. Estas
calamidades não mais acontecerão após a volta do Filho de Deus.
O Criador não permitirá que tais sofrimentos voltem a se abater
sobre as nações que continuarão na terra após o Armagedom. Os
sinistros que hoje acontecem são consequências da maldição que
está no mundo desde que o homem saiu expulso do Éden. Isto não
quer dizer, absolutamente, que todos que padecem em
consequências destes males são pecadores a ponto de tornarem-se
merecedores deles. Da mesma forma, aqueles que não são por eles
atingidos, nem sempre é porque são inocentes. Às vezes Deus
permite que o mal aconteça para sinais, e para que nós, humanos,
nos sensibilizemos e reconheçamos que dependemos de Sua
misericórdia em qualquer situação todos os dias.
"E aqueles dezoito, sobre os quais
caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais
culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? Não,
vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo
perecereis" (Lc 13.4,5).
Jesus não disse que as vítimas da queda da torre de Siloé eram
inocentes. Ele simplesmente mostrou que eles, os fariseus, em
nada eram superiores aos galileus mortos na queda da torre. De
certa forma, o que aconteceu a eles, poderia acontecer a
qualquer um. Infelizmente nem todos entendem a mensagem de
Jesus. Percebemos com frequência acusações injustas e sem
fundamento dirigidas a pessoas sem o menor senso de compaixão. É
comum ver alguém passando por momentos difíceis, perdas de
familiares, enfermidades e muitas outras coisas que agridem os
seres humanos. Infelizmente é muito fácil pensar que isto só
acontece em consequências de desobediência. Se este pensamento
fosse verdadeiro, poucas pessoas permaneceriam vivas por muito
tempo. Mas Deus permite que certas coisas desagradáveis
acontecerem para que as profecias se cumpram e conheçamos que
Sua Palavra é verdadeira.
"Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino
contra reino. E haverá em vários lugares grandes terremotos, e
fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes
sinais do céu"
(Lc 21.10,11).
Há circunstâncias em que o ímpio é mais bem sucedido nesta vida
que os próprios servos de Deus. Davi passou por experiências que
quase o fizeram escorregar. O salmista não entendia como tudo ia
bem ao pecador enquanto coisas ruins o acometiam constantemente.
"Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou
para que escorregassem os meus passos. Pois eu tinha inveja dos
néscios, quando via a prosperidade dos ímpios" (Sl 73.2,3).
Davi confessa que só entendeu estas coisas quando entrou no
santuário de Deus, e viu qual será o fim daqueles que não O
temem e não se preocupam em servi-Lo.
(Sl 73.17).
E Jesus ainda diz: "Porque faz que o seu sol se levante sobre
maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos"
(Mt 5.45).
Tudo isto que agora causa sofrimentos à criação de Deus não
durará para sempre. Deus prometeu, nos dias de Noé, que tudo
isto findará e a terra desfrutará de paz e prosperidade. A
partir do momento que a maldição for da terra retirada, não
haverá mais motivo para o mal continuar a assolar o mundo,
porque a morte é fruto do pecado, e Jesus é o Cordeiro de Deus
que veio para tirar o pecado do mundo. Não havendo o pecado,
assolações não mais acontecerão e paz haverá sobre os quatro
cantos da Terra.
"[...] O Senhor disse em seu coração:
Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; [...]
nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz. Enquanto a
terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e
inverno, e dia e noite, não cessarão"
(Gn 8.21,22).
O pensamento que permeia o meio religioso, quase geral, é que
Deus retirará as pessoas da Terra por causa da maldição do
pecado que está sobre ela. Ora, este pensamento não condiz com
as escrituras. Jesus veio para tirar o pecado do mundo, não as
pessoas. Muito pelo contrário, o Criador não destruirá todos os
viventes e as nações continuarão povoando a terra no milênio
normalmente. "E acontecerá naquele dia que a raiz de Jessé, a
qual estará posta por estandarte dos povos, será buscada pelos
gentios; e o lugar do seu repouso será glorioso"
(Is 11.10).
Qual o significado da transfiguração?
O estado glorioso em que Jesus aparece a três de seus
discípulos, Pedro, Tiago e João, é uma figura de Seu maravilhoso
reino milenar. Seu rosto resplandeceu como o sol e as suas
vestes se tornaram brancas como a luz.
(Mt 17.2).
Após a transfiguração, Jesus pediu a seus discípulos que não
revelasse o fato a ninguém até que Ele dos mortos ressuscitasse.
O que aconteceu na transfiguração tem o mesmo significado da
visão de João, no capítulo 4 de Apocalipse; e a visão de Paulo,
em Segunda aos Coríntios 12. Paulo esteve no paraíso. Não existe
outro lugar preparado por Deus, destinado aos homens, a não ser
o reino que fundou desde a fundação do mundo. Logo, este reino
não é outro senão o próprio paraíso edênico. Este lugar, muito
embora João chamasse de "Céu", Paulo, no entanto, disse que é "O
Terceiro Céu". Mais adiante, Paulo confessa ter estado no
paraíso.
"Conheço um homem em Cristo que há
catorze anos [...] foi arrebatado ao terceiro céu. E sei
que o tal homem [...] Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu
palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar"
(2Co 12. 2;3,
grifo nosso).
A Bíblia aponta apenas um lugar destinado ao povo salvo. Como
disse Davi: "Os céus são os céus do Senhor; mas a terra a deu
aos filhos dos homens"
(Sl 115.16).
Simples assim! Se nossos estudos não atender a essa lógica, num
ou noutro ponto entrará em contradição.
O reino de Deus foi mostrado aos discípulos numa visão do que há
de ser. Na transfiguração apareceram Moisés e Elias falando com
Jesus. Equivale dizer que Jesus fez uma demonstração do que será
o reino após o milênio com a Terra restaurada. "E eu vos
destino o reino, como meu Pai mo destinou,"
(Lc 22.29).
Em que nos estribamos para
fazer uma afirmação como esta? Jesus fez uma revelação profética
no capítulo 16 de Mateus:
"Porque o Filho do Homem há de vir na
glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a
cada um conforme as suas obras. Em verdade vos digo que alguns
há dos que aqui estão, que de maneira nenhuma passarão pela
morte até que vejam o Filho do Homem no seu reino."
(Mt 16.27,28).
Nosso entendimento fundamenta-se basicamente nesta revelação de
Jesus. Não foi por acaso que o Senhor proferiu este discurso. Em
apenas dois versículos, Jesus resume categoricamente toda a
essência de Sua mensagem em relação ao reino. Se bem observamos,
veremos que primeiro Jesus anuncia Sua volta: "Porque o Filho
do Homem há de vir na glória de seu Pai," em seguida, Ele
afirma: "e, então, retribuirá a cada um conforme as suas
obras.".
Depois de anunciar Seu retorno, Jesus afirma que este será o
momento de dar a recompensa a cada um. O discurso de Jesus
obedece à lógica de um plano de recompensas. Isto é, primeiro
Ele volta, estabelece o reino e entrega-o aos santos como
recompensa para a vida eterna.
Seguindo a lógica do discurso de Jesus na transfiguração, no
capítulo 16 o Mestre promete mostrar o reino aos discípulos, e
no capítulo 17, Ele cumpre a promessa.
(Mt 16.27,8; 17:1).
Este texto é o pivô da teoria em defesa da imortalidade da alma.
Quem assim crê, defende que Elias e Moisés estão no Céu, porque
apareceram ali, e falavam com Jesus. Ora, dizer que esta
passagem dá margem para esta crença é forçar uma interpretação
sem a menor sustentação de cunho profético. Aquele acontecimento
foi uma representação; um simbolismo do futuro reino de Deus, e
por se tratar de uma visão, não se pode dizer que, naquela
conjuntura, o cenário era real. Para todos os efeitos, afirmar
que Moisés e Elias estavam ali pessoalmente é muito
contraditório. Outros textos da Bíblia entrarão em choque com
esta ideia, e vão reduzi-la ao descrédito, inclusive, quando
comparado com as próprias palavras de Jesus: "Ora, ninguém
subiu ao céu, [...]"
(Jo 3.13).
As religiões defendem que Elias não morreu porque foi levado
vivo para o céu em um carro de fogo. Você concorda com isso?
Vamos refletir um pouco sobre esta interpretação. Elias foi
transportado do lugar onde se encontrava para um outro lugar.
Isso não quer dizer que o profeta tenha sido levado para o céu
dentro de um carro de fogo. O objetivo do carro de fogo foi
apenas para separar Elias de Eliseu. Elias, na verdade, foi
elevado num redemoinho. O redemoinho é formado por deslocamento
de ar. Logo, Elias não saiu da atmosfera terrestre, pois fora
desta, não há redemoinho. O profeta também não suportaria a
mudança de ambiente sem antes passar pela morte física. Para não
ter morrido, Elias deveria ser um ser muito diferente dos
demais. É exatamente neste ponto que a doutrina da imortalidade
da alma entra em constrangedora contradição com o restante da
Bíblia.
Por exemplo, quando Adão pecou, o Criador determinou-lhe a morte
como consequência de seu pecado. Por este motivo, a morte
deveria passar por todos os humanos nascidos à semelhança de
Adão. Sendo Elias da mesma natureza de Adão, ou seja, nascido na
mesma condição, não poderia ser levado ao céu enquanto
permanecesse naquele estado mortal.
"Portanto, como por um homem entrou o
pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte
passou a todos os homens [...]"
(Rm 5.12).
Elias seria uma exceção? Ou será que Paulo não sabia o que
dizia?
Paulo diz que o mortal precisa ser revestido pelo imortal, e o
que é corruptível precisa ser revestido de incorruptibilidade
antes de passar para a vida eterna.
(1Co 15.53). Em outra
passagem, Paulo diz que todos os crentes vivos precisam ser
transformados antes do encontro com Jesus.
(1Ts 4. 17).
Isto quer dizer que todo mortal precisa, obrigatoriamente,
passar pela morte física para receber um corpo imortal. Alguém
poderá questionar: – Não seria isto que aconteceu com Elias?
Pois, sendo levado para o céu, ele passou diretamente de mortal
para a vida eterna e seu corpo foi transformado em um corpo
imortal.
– Podemos assegurar que isto não aconteceu. Examinando outros
exemplos na Bíblia, veremos que isso não pode ter acontecido com
Elias, nem com Enoque, nem com Moisés e nem com qualquer outro
vivente. Veja agora porque fazemos esta afirmação com tanta
certeza. "Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a
vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim."
(Jo 14.6).
Jesus é a porta de entrada para a salvação. Sem percorrer este
caminho, ninguém pode chegar à presença de Deus. Elias seria uma
exceção? Ou será que Jesus não sabia o que dizia? O que estamos
dizendo é que ninguém poderia chegar a Deus sem a intercessão de
Jesus. Sem a morte e ressurreição do Messias ninguém jamais
alcançará o direito a viver eternamente.
"Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o
Filho do homem, que está no céu."
(Jo 3.13).
Voltando ao capítulo 16 de Mateus, vemos ainda outro exemplo: O
lugar onde eles estavam no momento da transfiguração. Jesus
promete mostrar-lhes o reino. No entanto, o lugar para onde
foram é o Monte Tabor, isto é, um lugar aqui mesmo; na terra. Os
discípulos não se transfiguraram, portanto, permaneceram no
mesmo lugar e nas mesmas condições elementares. Num repente,
viram aquele mesmo lugar transformar-se num paraíso. Isso nos
leva a refletir, mais uma vez, e a questionar, será que Elias e
Moisés estão mesmo no Céu? Ou será que o objetivo da visão era
mostrar como será a Terra no futuro? Jesus transfigurou-se na
presença deles porque queria que vissem como será o reino de
Deus futuramente, e não naquele momento. Isso também confere
perfeitamente com a profecia de Daniel:
"Mas, nos dias desses reis, o Deus do
céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este
reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos
esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre"
(Dn 2.44).
Jesus é a primícias dentre os mortos. Ele foi o primeiro e único
a ressurgir para a vida eterna. "Mas de fato Cristo
ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que
dormem"
(1Co 15.20).
Se isto tivesse acontecido com Elias, Cristo não seria o
primeiro a ressuscitar. Em contrapartida, Sua ressurreição não
teria razão para acontecer. Que necessidade haveria de um
Mediador, sendo a vida eterna facultada ao homem sem qualquer
intercessão? Além disso, já vimos que Elias não foi levado para
o céu. Na verdade, ele foi levado de um lado para outro dentro
da atmosfera terrestre. Se Elias tivesse mesmo ido para o Céu,
naquele carro de fogo, os filhos dos profetas nem se dariam ao
trabalho de procurá-lo além das montanhas. Este comportamento
dos filhos dos profetas é outro exemplo que nos leva crer que
Elias não foi levado para fora da terra. O que aconteceu com
Elias se compara ao arrebatamento de Filipe, quando foi
arrebatado pelo Espírito e se achou em outro lugar dentro
daquela mesma região.
"E, quando saíram da água, o Espírito
do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e,
jubiloso, continuou o seu caminho. E Filipe se achou em Azoto e,
indo passando, anunciava o evangelho em todas as cidades, até
que chegou a Cesaréia" (At 8.
39,40).
Foi João arrebatado para o Céu?
Uma análise do capítulo 4 do apocalipse nos levará a compreender
o que João viu naquela visão. Segundo seu relato, havia uma
porta aberta no céu. Ele ouviu uma voz soando como trombeta
convidando-o para que subisse lá. Religiosos afirmam que este
episódio representa o arrebatamento da Igreja e sua ida para
junto de Deus. Não podemos negar que tudo isto tem muito em
comum com o dia da volta de Jesus e com o arrebatamento da
Igreja. Porém, muitas outras coisas devem acontecer, naquele
dia, que não estão inseridas neste contexto.
Agora veja o que deve acontecer no momento da vinda de Jesus.
"E tocou o sétimo anjo a sua trombeta e houve no céu grandes
vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nosso Senhor
e do seu Cristo"
(Ap 11.15).
Além disso, o arrebatamento da Igreja nas nuvens não significa
que ela será levada para o Céu. Vamos conferir. A bíblia diz que
o Senhor descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo e ao
som da trombeta de Deus. Neste momento, os que morreram em
Cristo ressuscitarão. Depois da ressurreição deles, os crentes
vivos serão transformados em um piscar de olhos, e arrebatados
juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares.
(1Ts 4.16,17).
A Igreja será arrebatada ao encontro do Senhor nos ares. Isto é
o que diz o texto. Não há na Bíblia um texto sequer dizendo que
os salvos serão levados para o Céu. Observem que Paulo conclui
com a seguinte fala: "e assim estaremos para sempre com o
Senhor". Outros textos há que comprovam a permanência dos
salvos na Terra durante o milênio.
(Provérbios 2.21,22).
Veja ainda: (Mateus 5.5;
Salmos 37.22;29).
Davi também profetizou um tempo em que o reino de Deus alcançará
todos os limites da terra, e todas as nações se converterão ao
Senhor. "Todos os limites da terra se lembrarão, e se
converterão ao Senhor; e todas as famílias das nações adorarão
perante a tua face. Porque o reino é do Senhor, e ele domina
entre as nações"
(Sl 22.27,28).
Esta profecia ainda está por cumprir, porquanto, até o presente,
nem todas as famílias da Terra se enquadram nesta promessa. Não
restam dúvidas que este maravilhoso tempo é o milênio.
"Porque os malfeitores serão
desarraigados; mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a
terra. Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para
o seu lugar, e não aparecerá. Mas os mansos herdarão a terra, e
se deleitarão na abundância de paz"
(Sl 37.9-11).
João viu ainda uma porta aberta no céu. Isto quer dizer que o
céu ao qual João foi arrebatado pertence à expansão do sistema
solar, e não se trata do Céu onde está o trono de Deus. João
avistou a porta do ponto vista terrestre, portanto, a voz o
convidava a subir nas nuvens para que observasse as coisas que
deveriam acontecer em seguida. Para todos os efeitos, outros
textos também falam de arrebatamento, no entanto, não referem,
necessariamente, ao arrebatamento da igreja e ao milênio. Não é
o caso do capítulo 1 versículo 10, por exemplo, que é uma
referência a um sábado literal, e simboliza o milênio. Vejamos:
"Eu fui arrebatado em
espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande
voz, como de trombeta"
(Ap 1.10).
João foi arrebatado num dia do Senhor, ou seja, num sábado, com
certeza, uma alegoria do milênio. O sábado significa repouso. Na
lei mosaica, exigia-se que a cada sete anos a terra repousasse
um. Este ano de descanso era chamado (Ano Sabático).
Espiritualmente, o milênio será um sábado, consequentemente, mil
anos, para que a Terra repouse da destruição que os homens lhe
causaram durante milênios de explorações. "Portanto, resta
ainda um repouso para o povo de Deus"
(Hb 4.9).
Quanto à visão do capítulo 5, o que vimos até aqui revela que
João foi arrebatado para observar os acontecimentos que
seguiriam em ordem cronológica. Na verdade, a partir do capítulo
4, o apóstolo vê visões relacionadas ao futuro da Terra, e seu
arrebatamento se deu em função das coisas que deveria
testemunhar e deixar registradas no Livro das Revelações. É um
equívoco tentar encaixar um arrebatamento da Igreja para o céu
dentro deste contexto. O arrebatamento de João nada mais é que
um meio providenciado por Cristo para que João testemunhasse os
acontecimentos e escrevesse o que via no livro. Poderemos
compreender como a visão de João se desenvolve, e qual será seu
desfecho, tendo em vista que daquele ponto em diante, os
acontecimentos são descritos a partir do arrebatamento de João.
O ponto de vista de João é então projetado sob outra
perspectiva. Considerando que o apóstolo foi arrebatado nos
ares, seu olhar passa a ser projetado das nuvens para a terra.
Isto quer dizer que, a partir daquele momento, o campo de visão
de João abrange uma parcela muito maior sobre a terra e os céus.
Observem que o apóstolo passa a contemplar um Cordeiro como se
estivesse morto. Isto simboliza o sacrifício de Cristo,
oferecido como um cordeiro, mas não permaneceu morto;
ressuscitou. Cristo é o único que tem condição de abrir o livro
selado com sete selos. Isto significa que Jesus é o único Ser
capaz de efetuar a obra de redenção do mundo através de Seu
próprio sacrifício. Com Sua morte, o Cordeiro de Deus trouxe a
redenção para os homens, pode salvar o mundo do pecado e
libertar toda a criação da maldição da morte. "Eis o Cordeiro
de Deus, que tira o pecado do mundo"
(Jo 1.29).
Os primeiros versículos referiram-se aos desenrolar dos fatos a
partir da morte e ressurreição de Jesus, e aos acontecimentos
que se seguem; o abrir do livrinho e a abertura dos selos.
"Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos [...]
compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e
nação; e para o nosso Deus os fizeste reino, e sacerdotes; e
eles reinarão sobre a terra"
(Ap 5.9,10).
Os vinte e quatro anciãos prostrados diante do trono e todas as
criaturas no céu e na terra glorificam ao que se assenta no
trono. Este episódio é uma alusão ao reino milenar, e ao tempo
em que todas as nações se encherão do conhecimento do Senhor;
porque, neste tempo, toda a terra conhecerá o Senhor; como
também profetizou Isaías.
(Isaías 11.9).
"E ouvi a toda a criatura que está no
céu, e na terra, e debaixo da terra, e que estão no mar, e a
todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre
o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e
glória, e poder para todo o sempre"
(Ap 5.13).
A profecia acima nunca se cumpriu. Quando foi na história deste
planeta que o universo em peso esteve empenhado em glorificar a
Deus? Um ambiente desta natureza, onde todas as criaturas no
céu, no mar, na terra e até embaixo da terra, só será uma
realidade quando vier o reino de Deus.
O fato de João ter sido arrebatado nas nuvens não significa que
o apostolo foi retirado da terra. Foi um arrebatamento de
sentido. O corpo de João permanecia na terra, enquanto, em
espírito, o apostolo vislumbrava um mundo completamente
diferente da sua realidade. No versículo 13, por exemplo, o
mundo que o profeta contemplava era uma alegoria do reino
messiânico milenar. Jesus tinha o costume de falar em parábolas.
Alegoria ou parábola são formas de representar uma coisa real
através de uma simbologia. Por exemplo, Daniel viu quatro
animais que representavam quatro impérios. Na realidade, aqueles
animais não existiam, mas os impérios sim. João viu uma visão,
ou seja, uma alegoria do reino milenar. O mesmo caso se deu na
transfiguração. Jesus disse que alguns de Seus discípulos não
morreriam sem antes contemplarem o reino de Deus. Sua promessa
foi cumprida seis dias depois, e os discípulos, em visão,
viram-se em um lugar paradisíaco, logo, aquele lugar era uma
alegoria do futuro reino de Deus. Na verdade, aquelas pessoas
(Elias e Moisés) que apareceram na visão, falando com Jesus, são
pessoas que estarão no reino, mas, isso não significa que eles
estavam pessoalmente ali, pois o cenário não era real e o
objetivo da transfiguração era mostrar, simbolicamente, o reino
paradisíaco futuro.
"E eu vos destino o reino, como meu
Pai mo destinou. Para que comais e bebais à minha mesa no meu
reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de
Israel" (Lc 22.29,30).
Paulo também teve um arrebatamento semelhante. Ele esteve no
mesmo lugar onde João estivera, mas, em outras circunstâncias e
em outras condições. Ao lugar que João chamou de "Céu", Paulo,
no entanto, chama "Terceiro Céu". Este lugar é também o paraíso.
Para confirmar isso, observe o que Paulo diz em seguida:
Conheço um homem em Cristo que há catorze anos [...] foi
arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem [...]
Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis,
que ao homem não é lícito falar.”
(2 Co 12.2-4
grifo nosso).
Ora "céu", ora "terceiro céu", ora "paraíso", todos estão
referindo ao reino paradisíaco do Éden. Paulo e João
contemplaram o paraíso em visões de diferentes perspectivas e
descreveram-no como céu. É também para este mesmo lugar que
Jesus promete levar os santos, porém, já não o chama de céu,
Jesus define o reino como "O Paraíso". [...] Ao que vencer,
dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio
do paraíso de Deus."
(Ap 2.7).
Confira com Gênesis 3.3: "Mas do fruto da árvore que está
no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele
tocareis para que não morrais". grifo nosso.
Como entender João 14: 1-3?
Sempre que o assunto envolve a salvação, a primeira coisa que
vem à mente humana é subir ao Céu e tomar posse das moradas
celestiais. Mas à luz da Palavra de Deus, essa teoria não tem
consistência alguma. O texto principal para suportar esta crença
está no evangelho de João, capítulo 14 versículos 1-3. Vejamos
cuidadosamente o que disse o Mestre dentro daquele contexto:
"Na casa de meu Pai há muitas moradas,"
Isto quer dizer que as moradas já estavam preparadas. Se não
estivessem preparadas, o Mestre teria dito: "Vou preparar-vos
lugar." Em seguida, disse: "E se eu for, e vos preparar
lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo;" –
Lembre-se que Ele disse: "vos levarei para mim mesmo."
Levar para onde? Para o Céu? Isto é o que imaginam aqueles que
esperam o Céu como recompensa. Porém, analisando melhor, veremos
que em nenhum momento o Mestre promete levar os discípulos para
o Céu. Ao contrário, Jesus promete levá-los para onde Ele
estiver: "e vos levarei para mim mesmo para que onde eu
estiver estejais vós também."
Onde estará o Messias quando voltar? Se Ele há de levar Seus
discípulos consigo, para onde os levará? Paulo afirma que
naquele dia, os santos mortos ressuscitarão, e os santos vivos
serão transformados e subirão ao encontro do Senhor nos ares.
(1Ts 4. 16,17).
Muito bem, que os santos subirão, nos ares, já não resta
qualquer dúvida. Mas, e das nuvens? Para onde irão os que
tiverem este privilégio? Irão para o Céu com Jesus? Ou Jesus
virá para a terra com os santos? Quando veio primeira vez, Jesus
esteve na terra, portanto, é para a terra que Ele prometeu
voltar. Um dos sinônimos do verbo voltar é "regressar", e
significa: tornar ao lugar onde já esteve. Faria sentido o
Mestre vir até as nuvens, e de lá, retornar para o Céu, sem
sequer pisar o chão como na primeira vez? Biblicamente falando,
das nuvens, Jesus descerá com os santos sobre o Monte das
Oliveiras. "Então o Senhor sairá, e pelejará contra estas
nações [...] E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das
Oliveiras [...] Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos
com ele" (Zc 14. 3-5).
No Monte Sião: João viu uma visão do Cordeiro sobre o Monte de
Sião. Esta visão se cumprirá na volta do Messias, a partir daí,
os 144 mil escolhidos O seguirão para onde Ele for, conforme
lhes prometeu em João 14.3. "[...] e eis o Cordeiro em pé
sobre o Monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil...
Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá"
(Ap 14. 1;4).
Entronizado: Das nuvens, o Senhor Jesus virá para ser
glorificado na presença de todos os que creram para a salvação.
"E quando o Filho do homem vier em sua glória [...] então se
assentará no trono da sua glória"
(Mt 25. 31).
Os doze apóstolos estarão entre os vinte e quatro anciãos.
(Mateus 19.28). Reis, tal
como Davi, também farão parte dos eleitos:
"E meu servo Davi será rei sobre
eles, e todos eles terão um só pastor [...] Depois tornarão os
filhos de Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu
rei; e com temor chegarão nos últimos dias ao Senhor, e à sua
bondade."
(Ez 37.24; Os 3.5).
Sacerdotes e patriarcas, por certo, completarão o número dos
vinte e quatro escolhidos que compõem o corpo governamental do
Cordeiro, durante o milênio, no Monte Sião. "Mas eu vos digo
que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à
mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus"
(Mt 8.11).
É importante lembrar que a expressão "reino dos céus", aqui
apresentada, não é o mesmo que "reino no Céu", e não significa
que Jesus estará no Céu quando estas coisas estiverem
acontecendo. Veja que o comparecimento dos orientais e
ocidentais é projetado ao lugar onde Cristo estava naquele
momento, ou seja, para o reino de Israel. Por outro lado, a
frase "muitos virão do oriente e do ocidente" neste contexto, é
uma alusão ao tempo em que o reino de Deus estiver estabelecido
na Terra e todas as noções concorrerem a ele em Jerusalém.
"Muitos virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e
reclinar-se-ão à mesa no reino de Deus"
(Lc 13.29).
Este significado é também aplicado aos que subirão de todas as
nações para adorar em Jerusalém. "E irão muitas nações, e
dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, e à casa do Deus de
Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas
veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do
Senhor"
(Mq 4.2).
Voltando ao capítulo 5 do Apocalipse, o cenário que João passa a
contemplar, das nuvens, para onde foi arrebatado em espírito,
não é a Jerusalém celestial. Os crentes que defendem a ida da
Igreja para o Céu, imaginam que o arrebatamento de João
simboliza o arrebatamento da Igreja e que esta será tirada da
Terra e levada àquelas moradas no Céu. De acordo com o que vimos
no estudo sobre João 14. 1-3, a promessa de Jesus não é levar os
salvos para as moradas que estão no Céu. Os salvos desfrutarão
das moradas sim, porém, após o milênio e sobre a Terra renovada.
Ao ladrão crucificado, Jesus prometeu o paraíso: "Em verdade
te digo (hoje), estarás comigo no paraíso."
(Lc 23.43,
grifo nosso).
Ainda sobre o Éden, lembramos que Adão e Eva foram expulsos e
impedidos de voltar ao paraíso, justamente para que não comessem
da árvore da vida na condição de pecadores. "[...] E havendo
lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do
Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o
caminho da árvore da vida"
(Gn 3.22-24).
Adão não poderia retornar ao Éden no estado de pecado em que se
encontrava. Em outras palavras, eles não podiam comer da árvore
da vida que estava no meio do jardim, porque, se isso
acontecesse, passariam a viver eternamente sob o efeito do
pecado. Deus tomou a providência necessária para evitar o mal
maior. Foi por este motivo que o Pai afastou o casal do Éden, e
decretou-lhes a morte física, porém, prometeu levantar um
salvador capaz de reparar o dano causado sobre a obra da
criação.
"Então disse o Senhor Deus: Eis que o
homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não
estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e
viva eternamente. O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim
do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado"
(Gn 3.22-23).
Esta é a mais pura e indiscutível prova de que o homem é um ser
mortal. O homem depende de um Salvador que lhe devolva o estado
de perfeição, a mesma condição que Adão possuía antes de pecar.
Jesus promete devolver, não somente a perfeição que o homem
tinha quando estava no Éden, como também, oferece-lhe a
oportunidade de voltar ao Paraíso, de onde fora expulso, e
então, comer da árvore da vida que lhe condicionará novamente a
vida eterna. Esta condição não foi imposta unicamente a Adão.
Obviamente que, com a sua queda, toda a criação de Deus ficou
sujeita à maldição da morte, portanto, todos necessitam de um
Redentor. Somente Jesus pode devolver, à criação, a dignidade de
retornar ao lugar que o Criador lhe preparou desde a fundação do
mundo.
Prometeu Jesus o Céu para alguém?
A mensagem de ir para o Céu não faz parte dos ensinamentos de
Jesus. Vejamos o que disse o Mestre em 8.14 do Evangelho de
João: "mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou."
Se a mensagem de Cristo fosse levar Seus discípulos para o Céu,
eles certamente saberiam para onde Ele estava indo. Na
Sequência, Jesus afirma que ia para um lugar onde ninguém
poderia segui-Lo. "Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Eu
retiro-me, e buscar-me-eis, e morrereis no vosso pecado. Para
onde eu vou, não podeis vós vir"
(Jo 8.21).
Todos ficaram confusos. Afinal, eles nunca foram ensinados a
esperar por um reino lá no Céu.
"E, ouvindo isto, um dos que estavam com ele à mesa,
disse-lhe: Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus"
(Lc 14.15). Isto denota
que ninguém ali tinha conhecimento de alguma promessa de ir para
o Céu. Vamos entender de maneira correta o que acontecia naquele
momento, e porque todos ficaram confusos ao ouvirem as
afirmações de Jesus. "Diziam, pois, os judeus: Porventura
quererá matar-se a si mesmo, pois diz: Para onde eu vou não
podeis vir?" (Jo 8.22).
Lendo o capítulo 8 de João, deparamos com uma estranha fala de
Jesus dizendo que ia para um lugar onde ninguém poderia
acompanhá-Lo. Até mesmo os discípulos ficaram sobremodo
apreensivos com o teor daquela conversa. "E dizia-lhes: Vós
sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou
deste mundo"
(Jo 8.23).
Jesus dizia que, Ele, por ter vindo de Deus, deveria voltar para
junto de Deus. Quanto a eles, a situação era diferente. O homem
é terreno, portanto, seu lugar é na terra. Ninguém ali estava
preparado para ouvir um discurso daquela natureza. Porém,
enquanto a conversa era com os judeus, os discípulos estavam
quietos. Até que Jesus disse também a eles: "Filhinhos, ainda
por um pouco estou convosco. Procurar-me-eis; e, como eu disse
aos judeus, também a vós o digo agora: Para onde eu vou, não
podeis vós ir." (Jo
13.33).
Você já meditou sobre esta conversa de Jesus com os discípulos?
Para onde estava indo que os discípulos não podiam ir com Ele?
Pode ser que você diga: Jesus ia ser sacrificado e ninguém
poderia acompanhá-Lo. – Tem lógica. Mas este não era o motivo da
separação. Jesus ia para um lugar ao qual eles não teriam acesso
no presente nem no futuro. "[...]
vós não sabeis de onde venho, nem
para onde vou." (Jo 8.14).
A verdade é que o Mestre ia para o Céu, e, para lá, ninguém
podia acompanhá-Lo. "E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou
de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo."
(Jo 8.23). Simão Pedro,
não se contendo, indagou: "Disse-lhe Simão Pedro: Senhor,
para onde vais? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não podes
agora seguir-me, mas depois me seguirás."
(Jo 13.36).
Qualquer estudioso da Bíblia diria que aqui Jesus promete levar
Pedro para o Céu. Seria isto mesmo? Na primeira conversa, o
Senhor foi muito claro: "Para onde eu vou, não podeis vós
ir."
(Jo 13.33).
Isto Jesus disse para os judeus e para os discípulos. É
inegável, ali, Jesus afirma categoricamente que ninguém podia ir
com Ele para o Céu. Porém, com a insistência de Pedro, Jesus
volta ao assunto, e diz a Pedro que para onde Ele estava indo
agora, isto é, para o Céu, Pedro não poderia segui-Lo, mas,
depois, isto é, quando Ele vier em Seu reino, Pedro então O
seguirá. "[...]Estes são os que seguem o Cordeiro para onde
quer que vá. [...]" (Ap
14.4).
De onde vem a crença do paraíso no
Céu?
A doutrina de uma ida para o Céu tem seu principal mentor o
filósofo grego "Platão". Segundo as teses filosóficas de Platão,
o homem é dual e imortal, de sorte que para ele, logo após a
morte do corpo, a alma do homem se eleva e o mesmo passa a viver
em outra dimensão (reencarnação). O homem para Platão era um ser
dual, isto é, possuidor de uma natureza mortal (corpo) e outra
imortal (alma).
Minha intenção aqui, não é, de forma alguma, discutir as ideias
de Platão, até porque isso não falta quem o faça. Nosso objetivo
é esclarecer que tais pensamentos negam a eficácia da
ressurreição; e da Bíblia. Deus não criou o homem dual. Criou-o
à Sua imagem e semelhança, única e perfeita, para viver
eternamente sobre o paraíso que lho preparara no Éden. Aliás,
esta teoria deu também origem à doutrina da trindade. Sendo o
homem dual, Deus também o é. Afinal, o homem foi criado à imagem
e semelhança de seu Criador.
Aqui há duas situações diferentes, porém, tratam do mesmo
sentido na existência humana. Deus disse a Adão: "E formou o
Senhor Deus o homem do pó da terra..." neste caso, o homem
nada mais é do que simplesmente pó. "e soprou em suas narinas
o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente". Neste
segundo caso, o homem, que é pó, recebe o fôlego (espírito), e é
transformado em alma vivente.
Na primeira situação, entendemos que o homem tem o (espírito),
portanto, ele não é um espírito. Na segunda, entendemos que o
homem não tem uma "alma"; ele é a própria. Logo, o homem é o
corpo. Recebendo o sopro divino, passa a ser uma alma viva.
Assim, o fôlego da vida (espírito), agindo sobre ele,
transforma-o em um ser vivo. Neste caso, o homem é único e
mortal. Só existe se houver nele a força vital (fôlego da vida),
que o constitui uma alma vivente. O corpo pode existir sem o
espírito, mas não vive. Em contrapartida, a alma não existe sem
o corpo, pois somente com a força vital (fôlego) é que o homem
(pó) torna-se uma alma. Retirando-se a respiração do corpo, ele
continua sendo uma pessoa, mas não vive, pois é o espírito que
dá a força vital. O espírito, por sua vez, é a "força vital"
quando retirado do corpo, não existe como ser pessoal, e,
consequentemente, volta a ser o que sempre foi; um sopro de
Deus.
Partindo desta compreensão, entendemos o sentido correto do
texto de Eclesiastes 12.7, que diz: "E o pó volte à terra,
como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu." . Não se
deve imaginar que o espírito referido no texto acima seja a alma
do homem. O homem não tem uma alma em si, ao contrário, ele é
feito alma vivente a partir do momento que recebe o fôlego da
vida. Da mesma forma, deixa de existir se este fôlego lhe for
retirado. Assim, estando morto, para que volte a existir, é
preciso que Deus o ressuscite e o transforme novamente em um ser
pessoal e vivo. Se não fosse assim, não haveria ressurreição.
Esse pensamento concorda com o profeta Zacarias:
"[...] Fala o Senhor, o que estende o céu, e que funda a terra, e
que forma o espírito do homem dentro dele."
(Zc 12:1).
Para Zacarias, o homem é a matéria. Para que essa matéria seja
vivificada, é necessária uma força espiritual, a qual Deus forma
dentro do corpo. Resumindo, o ser humano é a matéria inativa
(pó), ao receber o sopro de Deus, é transformado em uma alma
vivente. "E respondeu Abraão dizendo: Eis que agora me atrevi
a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza..."
(Gn 18.27).
Segundo as palavras de Jesus, os que morreram estão nos
sepulcros: "Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em
que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz."
(Jo 5.28).
Deus disse que o homem é
pó. Para Cristo, o homem morre e vira pó, e ali permanece até a
ressurreição. Sendo assim, é contraditório afirmar que o homem,
após sua morte, esteja vivo em qualquer outro lugar do universo,
senão, morto no sepulcro.
Há quem se valha da
resposta de Cristo ao ladrão; no Gólgota, a quem Jesus teria
dito: "E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje
estarás comigo no Paraíso." (Lc
23. 43).*
Entretanto, se o ladrão
perdoado foi imediatamente para o paraíso, algo de muito
contraditório há nesta interpretação. A verdade é que aqueles
que usam este texto, nesta construção, batem de frente com o
próprio Cristo. Digo isto porque nem mesmo o Salvador foi para o
paraíso naquele dia. Segundo o próprio evangelista Lucas, Atos
1.3, Cristo permaneceu por mais 40 dias em companhia de seus
discípulos, depois de Sua morte, para então subir para junto do
Pai.
"Aos quais também,
depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e
infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta
dias, e falando das coisas concernentes a reino de Deus"
(At 1.3).
É importante salientar que
os originais da Bíblia foram escritos de acordo com sistemas
linguísticos muito diferentes do nosso sistema. Isso implica em
observar a pontuação. Há situações em que uma vírgula, ou a
própria construção de uma frase, pode mudar completamente o
sentido da informação original. A partir deste princípio, é
necessário observar o contexto em que a informação está
inserida. Em um caso como este, a análise do contexto é
indispensável. Antes de dar continuidade, vamos analisar a frase
de
(Lc 23.43). Esta frase é
muito contraditória se comparada com outras igualmente
proferidas por Jesus, principalmente quando consideramos que o
próprio Mestre disse: "Pois, como Jonas esteve três dias e
três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem
três dias e três noites no seio da terra."
(Mt 12.40).
Poderia Jesus profetizar
que passaria três dias e três noites no seio da terra, e ir para
o paraíso naquele mesmo dia? Em qual das duas situações o Mestre
teria se equivocado para dizer uma coisa e fazer outra? A
resposta a esta pergunta é muito simples. Sendo o Filho de Deus,
Jesus não cometeu nenhum equívoco, nestas passagens e em nenhuma
outra. Afinal, Ele mesmo disse a Maria: "Disse-lhe Jesus: Não
me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai"
(Jo 20.17).
Voltando ao assunto em
Lucas 23,43, o construtor da frese, provavelmente, não teve a
intenção de traduzi-la nesta construção. O fato é que ele não
levou em consideração a profecia de Jesus, na qual Ele promete
permanecer por três dias na sepultura. Também não atentou para a
narrativa de Lucas, onde o evangelista confirma que o Mestre,
após Sua ressurreição, permaneceu entre eles por mais de
quarenta dias antes de subir para o Céu. Este é um caso em que o
contexto faz muita diferença. Portanto, a construção mais
apropriada a esta frase seria: "E disse-lhe Jesus: Em
verdade te digo "hoje", que estarás comigo no Paraíso. (Grifo
nosso)".
Gostaria de fazer algumas
considerações sobre Lucas 23.43 no original grego. * "amem
soi legõ sêmeron met emou esê en tõ paradisõ".
Pode-se ver que o original
grego, conforme aparece acima, não possui pontuação. Uma prova
incontestável que a frase foi construída segundo a interpretação
do tradutor. Usando o bom senso, este texto também poderia ter
sido traduzido assim: "E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo
(hoje) que estarás comigo no Paraíso."
(Lc 23. 43).
Seria desnecessário apelar
para o bom senso, pois, na forma como aparece em nossas Bíblias,
esta frase entra em contradição também com as palavras de Paulo:
"Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos
serão vivificados. Cada um, porém, na sua ordem: Cristo as
primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda"
(1Co 15.22,23).
Quando virá o Reino dos
Céus?
Entende-se o reino dos céus
em três tempos distintos: "reino milenar; reino da graça e o
reino eterno". A este último, Paulo também chama: "O Terceiro
Céu". Se há terceiro, é porque há primeiro e segundo. O primeiro
tempo do reino dos céus, "reino da graça", iniciou na primeira
vinda de Jesus, e se cumprirá com o Seu segundo advento, dando
lugar ao reino milenar.
A expressão "reino dos
céus", muito usada por Jesus, tem levado muitas pessoas a
imaginar uma morada eternamente no Céu. Imaginam que o reino dos
céus sejam as moradas celestiais. Já vimos, no estudo sobre João
14, que somente na nova Terra, depois do milênio, é que os
santos habitarão as moradas celestiais. Por outro lado, Jesus
disse que aos vencedores dará o reino que está preparado desde a
fundação do mundo. "Vinde, benditos de meu Pai, possuí por
herança o reino que vos está preparado desde a fundação do
mundo"
(Mt 25.34).
Isso sugere que a criação
do reino está intrinsecamente ligada à fundação do paraíso
edênico na criação. As moradas celestiais, mencionadas em João
14, é também a morada de Deus e não tem qualquer relação com a
criação do mundo. "Na casa de meu Pai há muitas moradas"
(Jo 14.2). Contudo, após o
milênio, quando todas as coisas estiverem restauradas, a nova
Jerusalém, nova Terra, será a eterna habitação dos salvos.
"E eu, João, vi a santa
cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada
como uma esposa ataviada para o seu marido. […] Eis aqui o
tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e
eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o
seu Deus"
(Ap 21.2-3).
Esta visão confirma também
a profecia de Daniel sobre uma pedra que desce do Céu. "[…]
mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou um grande monte, e
encheu toda a terra" (Dn 2.35).
Esta pedra é o reino de Deus que desce do Céu e enche toda a
Terra.
"Mas, nos dias desses reis, o Deus do
céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este
reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos
esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre"
(Dn 2.44).
Para todos os efeitos, o
salmista também disse: "Dizei entre as nações:
O Senhor reina; ele firmou o mundo, de modo que não pode ser
abalado. Ele julgará os povos com retidão."
(Sl 96.10).
Reflita: Se para tantos
parece impossível que tudo isto aconteça literalmente no
milênio, para nós, não há nada de anormal, e tudo isto é
plenamente possível, porque, isto é o que está escrito e no
tempo determinado se cumprirá. "O Senhor reina; está vestido
de majestade. O Senhor se revestiu, cingiu-se de fortaleza; o
mundo também está estabelecido, de modo que não pode ser
abalado"
(Sl 93.1).
O milênio será a segunda
fase do reino dos Céus. O Messias se assentará no trono de Davi
e subjugará as nações. O reino messiânico será também o tempo
dos santos; eles também reinarão com Jesus. "E para o nosso
Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a
terra" (Ap 5.10; Dn 7.27).
Duas situações dão a
entender que a morte ainda estará em atividade durante o
milênio. Primeira: a morte será o último inimigo a ser
destruído, e isto só acontecerá no final dos mil anos. Segunda:
no final do milênio haverá ressurreição. Se haverá ressurreição,
é porque a morte ainda não terá sido eliminada. Jesus poderia
destruir Satanás com o esplendor de Sua vinda, mas não o fará
ainda. Permitirá que ele permaneça preso neste período. Um dos
motivos para que isso aconteça é para que Satanás veja o triunfo
do reino messiânico e a prosperidade dos salvos na regeneração
de todas as coisas.
"Então os justos
resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem
ouvidos, ouça (Mt 13.43).
O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá
palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal
nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor"
(Is 65.25).
Ao final do milênio, a
Terra estará transformada e o Reino Messiânico como o Jardim do
Éden. Neste tempo, o Messias entregará o Reino ao Pai, conforme
está escrito: (1Co 15.24-26).
Então, o mundo voltará às origens e o sonho do Reino Eterno se
tornará realidade para todo o povo de Deus. Após o milênio se
cumprirá a terceira fase do Reino dos Céus. Este é o período que
a Bíblia denomina: "Novos Céus e Nova Terra" onde habitará a
justiça. Será neste tempo também que se cumprirá a profecia da
transfiguração e a promessa das moradas celestiais.
(Jo 14.3).
Que quer dizer "novo céu
e nova terra?"
Há um detalhe, pequeno,
porém, que muito significa para o entendimento correto deste
contexto. Trata-se da expressão "nunca mais", empregada por
Jesus na visão de novos céus e nova terra, no livro do
Apocalipse:
"Ali nunca mais haverá maldição contra alguém. Nela estará o
trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão."
(Ap 22. 3). (ACA)
Isto nos leva a refletir
sobre qual lugar o Salvador está falando. De uma coisa temos
certeza, quando usou a expressão (nunca mais), Jesus não se
referia ao Céu. Primeiro, porque céu e terra são duas coisas
muito diferentes, e depois, porque o Céu nunca foi um lugar sob
maldição. De fato Jesus mostra um lugar ao qual chama de nova
Terra, porém, ao mesmo tempo, diz que ali nunca mais entrará
maldição. A expressão (nunca mais) usada por Jesus faz muita
diferença. Ela é como um retrovisor a mostrar o que ficou para
traz, especialmente, a criação do mundo. No início da criação, a
Terra foi amaldiçoada por causa do pecado de Adão
(Gn 3.17).
Jesus veio para remover a
maldição do pecado que se abateu sobre a Terra e sobre toda a
obra da criação. Com o transcorrer do milênio, o pecado será
banido; o que é corruptível se transformará em incorruptível, e
a Terra será restaurada ao seu estado original. "E habitarão
nela, e não haverá mais maldição; mas Jerusalém habitará em
segurança" (Zc 14.11). Então
será cumprida a promessa de renovação de tudo "E o que estava
assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as
coisas" (Ap 21.5).
Concluímos então que a
expressão "nunca mais" aplica-se à esta Terra e a nenhum outro
lugar. "E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da
imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita:
Tragada foi a morte na vitória" (1Co
15.54).
BIBLIOGRAFIA:
Versões utilizadas nesta
Edição:
- Bíblia Almeida Corrigida
Fiel (ACF)
- Bíblia Judaica – Ed. 1998
– Editora Vida.
- Nova Versão Internacional
(NVI) "Edição
traduzida diretamente dos
originais em grego,
hebraico e aramaico. ISBN
85-7367-608-6".
Referências:
http://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/Millennium_and_Millenarianism
http://www.ocultura.org.br/index.php/Plat%C3%A3o
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