Todos os dias são
iguais, certo? Errado! Quem trabalha exaustivamente de segunda a
sexta-feira, em um trabalho árduo e cansativo, sabe que o Sábado não
é um dia igual aos demais dias da semana. Foi pensando nisto que o
Criador separou o sétimo dia da semana para o descanso do homem, e o
santificou, e ordenou aos homens que trabalhassem do primeiro
(domingo) ao sexto dia e reservassem o sétimo dia (sábado) para
consagração espiritual.
A Palavra de Deus
traz a seguinte narrativa: "E havendo Deus acabado no dia sétimo a
obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que
tinha feito." (Gênesis 2:2) – Ora, será mesmo que Deus criou o
Descanso Sabático porque estava realmente cansado? Ou foi apenas um
meio de provar a obediência do homem que havia criado? Porque Deus
não sente cansaço nem suas forças se exaurem. Foi a necessidade do
homem que levou o Criador a instituir um dia de repouso, para que o
homem fizesse cessar suas atividades físicas e seculares nesse dia,
a fim de por em prática as atividades espirituais.
Como Surgiu a Observância do Domingo
O primeiro dia da semana, como foi designado pelo Criador,
posteriormente mudado para domingo, não foi instituído como um dia
de guarda, nem por Jesus, e nem pelos apóstolos. Esta informação
pode ser constatada, já nos próximos acontecimentos seguintes à sua
morte e ressurreição, quando seus discípulos descansaram no Sábado e
retomaram as atividades normais no primeiro dia da semana. – "E,
voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no Sábado
repousaram, conforme o mandamento." (Lucas 23:56). "E no primeiro dia
da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as
especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas." (Lucas
24:1).
Em nenhum lugar das
Escrituras aparece Jesus, ou seus discípulos ensinando a observância
do domingo, em lugar do santo Sábado. Pelo contrário, vemos sim, uma
série de textos testemunhando que, tanto Jesus, quanto seus
discípulos continuaram fielmente na observância do mandamento;
conforme recomendado por Deus no Decálogo. – "Lembra-te do dia do
Sábado, para santificá-lo. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o
Sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu
filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu
animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas.
Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que
neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o
dia do Sábado, e o santificou." (Êxodo 20: 8 -11).
Segundo dados históricos, sabe-se que havia
diversas religiões pagãs que, a seus modos, interpretavam as
Escrituras. Dentre as quais, destacamos o gnosticismo, que tinha o
costume de venerar o sol e separar o domingo para a prática desta
cerimônia.
Como lei, o domingo,
biblicamente chamado de "o primeiro dia da semana" foi ordenado como
um dia de guarda (dia santo) em substituição ao Sábado bíblico, em 7
de março de 321 A. D. segundo o edito do imperador Constantino, o
qual reza o seguinte: - "Que todos os juízes, e todos os habitantes
da Cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável
dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade
ao cultivo dos campos; visto acontecer amiúde que nenhum outro dia é
tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não
se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu." (in: Codex Justinianus, lib. 13, it. 12, par. 2.).
Eusébio, bispo de
Cesaréia, deixou claro que esta promulgação "de Constantino" visava
um meio de rechaçar o Sábado judaico, em afronta aos mandamentos de
da Lei de Deus. Disse ele: "Todas as coisas que era dever fazer no
Sábado, estas nós as transferimos para o dia do Senhor, como mais
apropriado para isso, este é o primeiro no rank, é mais honroso que
o Sábado judaico." - Eusebius' In: Migne's Patrologia Graeca, vol.
XXIII, col. 1171-1172.
Ainda sobre o
Sábado, Eusébio acrescenta: "Por sorte não temos nada em comum com a
multidão de detestáveis judeus, por que recebemos de nosso Salvador,
uma dia de guarda diferente." - Life of Constantine, book III, chap.
18).
A verdade é uma só.
Não há nenhum indício nas Escrituras Sagradas de que Cristo e seus
seguidores tenham santificado o primeiro dia da semana em lugar do
Sábado. Lucas registrou uma visita de Jesus à Nazaré da Galiléia. -
"E, chegando
a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de Sábado, segundo o seu
costume, na sinagoga, e levantou-se para ler." (Lucas 4:16).
Esta passagem não
deixa dúvidas quanto ao propósito de Jesus em manter a observância
do Sábado, como era o costume, não apenas seu, mas também de todo o
povo de Deus. Caso Jesus tivesse a intenção de padronizar o primeiro
dia da semana, como um dia de repouso absoluto, em substituição ao
santo Sábado, jamais demonstraria tanta afeição e apreço pela guarda
do sétimo dia.
A Criação do
Sétimo Dia
Dentre os sete dias
da semana, o Sábado é o único dia que recebeu um nome propriamente
seu. Do primeiro ao sexto dia, Deus criou o mundo e tudo o que nele
existe, e ao sétimo dia descansou. Deus concluiu a criação do mundo
no sexto dia. – "E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era
muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto." (Genesis 1:31) -
Havendo o Criador terminado sua obra no dia sexto, não havia
necessidade de acrescentar outro dia à semana. A obra da criação já
estaria encerrada com o término do sexto dia. Mas não foi assim,
faltava só um detalhe; um dia de repouso para o homem.
Já que tudo que
quisera fazer estava feito, por que acrescentou Deus o dia sétimo
como parte complementar de sua obra criadora? A semana estaria
incompleta, sem a adição do sétimo dia. Um pequeno detalhe, porém,
importante e que chama à nossa atenção, o capítulo 2 de Genesis,
versículo 2 registra que Deus concluiu sua criação no dia sétimo.
Vejamos: - "E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera,
descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito". Ora,
se a obra da criação fora concluída, apenas no dia sétimo, no qual
Deus descansou, o que foi então que criou Deus no sétimo dia? A
expressão: (descansou no sétimo dia de toda a sua obra) dá
testemunho de que a única coisa criada após o dia sexto foi o
Descanso Sabático aplicado às últimas 24 horas da semana.
É
notável o cuidado de Deus para com o homem que acabara de criar. Pelo menos dois
pontos são fundamentais para ressaltar a ideia de proteção paternal
do Altíssimo em relação à sua criação. Esses dois pontos,
evidentemente, são: a criação da mulher, e a instituição do Sábado
como dia de repouso. Cada item criado era submetido à apreciação do
Criador e a afirmativa era uma só; "e viu Deus que era bom."
(Gênesis 1:25) – No entanto, observou Deus que algo não era bom. "E disse o
Senhor Deus: (Não é bom) que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele." (Gênesis 2:18). Deus teve o cuidado de
providenciar uma ajudadora para o homem, para evitar que este se
tornasse um ser solitário e infeliz. Assim foi também com a criação
do Sábado, que foi criado para evitar que o homem se mantivesse
definitivamente envolvido com suas tarefas materiais, e acabasse se
afastando de seus objetivos, esquecendo-se, por completo de suas
obrigações para com o Criador.
Pelo menos um,
desses dois detalhes, permanece inalterado até os dias de hoje.
Nenhum homem que realmente ame sua esposa deseja trocá-la por outra,
e se assim o fizer, estará incorrendo em pecado. Em outras palavras,
quem faz isso é legalmente enquadrado em ato de adultério, e a
pessoa pode até responder por isso perante as autoridades
competentes. Em caso de violação do Sábado, é assim que Deus nos vê.
Somos, da mesma forma, considerados como transgressores, não da lei
dos homens, mas da Lei de Deus. O Criador não precisava de um dia de
descanso para si mesmo. Evidentemente, Ele não se cansa nem se
exaure, nem se deixa abater com qualquer trabalho, por mais
exaustivo que seja. Isaías disse: - "Não sabes, não ouviste que o
Eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem
se fatiga? É inescrutável o seu entendimento." (Isaías 40:28).
Deus, na sua infinita sabedoria, sabia que o homem, simples mortal,
necessitaria de um dia na semana para descansar e
recobrar as nossas forças. – "O Sábado foi feito por causa do homem,
e não o homem por causa do Sábado", disse Jesus. (Marcos 2:27).
Sabendo disso, o Criador pensou no homem. Providenciou aos mortais
um dia de descanso, e o santificou, para que neste dia o homem
pudesse se dedicar exclusivamente aos serviços do Senhor.
Tudo quanto o Senhor
tinha feito era sobremaneira bom. A terra, as plantas, os animais,
os peixes, o homem, do qual se formariam as famílias. O Altíssimo
que vê o futuro, certamente viu seus filhos reunidos em famílias
para adorá-Lo, em espírito e em verdade, sobre toda a face da terra.
Nada mais justo que a separação de um período especial para esta
sublime causa, através da qual, o homem tem a oportunidade de
aproximar-se do seu Criador, de Quem fora feito à imagem e
semelhança. Portanto, não foi por acaso que o Senhor criou o Sábado.
Embora seja um dia de descanso de nossas rotinas normais e um
momento para renovação, o Sábado é também um dia especial para
estreitarmos nosso relacionamento com o Altíssimo. Não se deve
pensar que este seja um dia qualquer, e por ser um dia de descanso,
nele não se deve fazer nada.
Não foi com este
objetivo que Deus criou o Sábado. Deus quis que este fosse um
período durante o qual seu povo estivesse livre de todas as suas
ocupações da vida secular e material, voltando o foco de suas
atividades para as coisas espirituais, relacionadas aos ensinamentos
divinos.
Deus disse:
"Se desviares o teu pé do Sábado, de fazeres a tua
vontade no meu santo dia, e chamares ao Sábado deleitoso, e o santo
dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus
caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares
as tuas próprias palavras, Então te deleitarás no Senhor, e te farei
cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança
de teu pai Jacó; porque a boca do Senhor o disse." (Isaías 58:13,14).
Antes de sua
ascensão ao céu, Jesus deixou uma palavra de conforto aos
discípulos; dizendo: - "Mas, quando vier aquele Espírito de verdade,
ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas
dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir." (João 16:13). Esta profecia se cumpriu em seus discípulos, com a mais
perfeita prova de que o Messias continuava lhes assistindo e que
não os havia deixado órfãos. Após o dia de
pentecostes, saíram com muito ânimo e perseverança na fé, cumprindo
seus ministérios e ensinando tudo que Jesus os ordenara fazer, para
construir para seu nome um povo especial, zeloso e de boas obras.
Como está escrito: "O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir
de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial,
zeloso de boas obras." (Tito 2:14).
Os apóstolos nunca
ensinaram que o primeiro dia (domingo) deveria ser considerado "dia
santificado". A exemplo de Jesus, os discípulos e os cristãos
primitivos nunca observaram qualquer dia de descanso semanal senão
o Sábado bíblico, instituído e ordenado por Deus ainda na semana
criação do mundo. O Criador fez o Sábado para o homem, quer seja
ele, judeu, gentio, ou de qualquer raça, nação ou cultura, porque
para Ele não há acepção de pessoas. O Sábado é um dia especial,
pois, dentre os dias da semana, somente o sétimo recebeu um nome.
Somente o sétimo dia foi incluído por Deus entre os Dez Mandamentos
e escrito em tábua de pedra, no monte Sinai. Êxodo 20: 8-11.
Portanto, não há prova maior que esta de que o Criador tem, e
sempre teve, um tratamento diferente em relação ao dia do Sábado,
indubitavelmente, um marco da criação do Eterno.
Temos muito exemplos de que os discípulos seguiram guardando o
Sábado, bem como os primitivos cristãos. Uma profecia de Jesus deixa
clara a continuidade da guarda do mandamento mesmo depois de sua
morte. Disse-lhes Ele: "E orai para que a vossa fuga não aconteça no
inverno nem no Sábado" (Mateus 24: 20).
As atividades
religiosas dos apóstolos continuaram normalmente no Sábado, como era
antes. "E no Sábado seguinte ajuntou-se quase toda a cidade para
ouvir a palavra de Deus." (Atos 13:44). – "E, saídos os judeus da
sinagoga, os gentios rogaram que no Sábado seguinte lhes fossem
ditas as mesmas coisas.” (Atos 13: 42). – "E eles, saindo de Perge,
chegaram a Antioquia, da Pisídia, e, entrando na sinagoga, num dia
de Sábado, assentaram-se;" (Atos 13:14).
Não há registro bíblico de
que a mudança do dia de guarda tenha sido efetuada por Jesus, ou por
seus discípulos. Como se pode perceber através dos versículos acima,
a Igreja continuou observando o Sábado sem nem uma alteração nem
violação dos mandamentos de Deus. – "E no dia de Sábado saímos fora
das portas, para a beira do rio, onde se costumava fazer oração; e,
assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram." (Atos
16:13). De fato, a mudança ocorreu mesmo em 7 de março de 321 A. D.
de acordo com o edito do imperador Constantino.
Os legalistas do tempo de Jesus tinham
repulsa pelo que Ele fazia, mas sentiam que as pessoas o
reconheciam como filho de Deus. Diante desta situação,
hostilizavam-no, instando a multidão contra Ele. Jesus era inocente.
Ninguém o poderia acusar de nada que o incriminasse perante as
autoridades. Por esse motivo, como não conseguiam
apanhá-lo em nenhuma transgressão, inventavam acusações mentirosas
contra o filho de Deus, a fim de desmoralizá-lo diante do povo e
levá-lo ao vitupério. Não obstante, as
acusações que faziam contra Jesus eram falsas, e improváveis, caso
eles o levassem a julgamento diante de um tribunal legitimamente
constituído, para muitos, tais acusações faziam efeito. Pessoas o
viam como a um impostor, outros, como alguém que se colocava em
lugar de Deus. Fato é que, muitas mentiras se pregavam a respeito
da pessoa do Messias, até chegar ao absurdo de levá-lo ao tribunal
onde fora julgado injustamente, e com testemunhas falsas o
condenaram à morte.
Um dos principais falsos testemunhos que levantaram contra Jesus foi a
acusação de que Ele e seus discípulos violavam o santo Sábado, e, consequentemente, transgrediam a Lei de Deus, simplesmente porque o
Salvador tinha o costume de realizar curas neste dia. Cristo jamais
violaria qualquer Mandamento da Lei de Deus, e o fato de curar no Sábado não faz d’Ele um
transgressor. Muitos sustentam ainda hoje a crença de que o Salvador realmente
trabalhara no Sábado realizando tarefas que não eram permitidas
fazer. Desta forma, as pessoas concordam com aqueles que o acusaram
injustamente. Ao dizer
que Jesus, realmente, transgrediu a lei, fazem d’Ele um pecador,
"pois a transgressão da lei é pecado".
–
"Todo aquele que
pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a
transgressão da lei." (1 João 3:4). Pecado nenhum deve ser atribuído
a Cristo, muito menos a transgressão da Lei de Deus. Além do mais, o próprio Cristo
afirmou: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim
ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu
e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que
tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes
mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será
chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e
ensinar será chamado grande no reino dos céus." (Mateus 5: 17-19).
"Nele não se achou qualquer
injustiça." (Isaías 53:9) – E em Mateus – Procuravam quem
testemunhasse contra Ele - "E não o achavam; apesar
de se apresentarem muitas testemunhas falsas, não o achavam. Mas,
por fim, chegaram duas testemunhas falsas". (Mateus 26:60).
Concluímos, prezado leitor, que Jesus não violou o sábado nem
mudou o dia de guarda para o domingo, nem autorizou tal mudança.
A Lei de Deus.
Os Dez Mandamentos
da Lei de Deus foram escritos em tábuas de pedras, pelo dedo do
próprio Deus. A Aliança Eterna de Deus com os homens está baseada
nos Dez Mandamentos escritos nas duas tábuas. (Êxodo 34: 27). Isaías se refere aos Dez Mandamentos como a
Aliança Eterna.
Segundo o que Isaías
escreveu, o mundo será julgado e condenado por transgredir as leis e
violar Aliança Eterna (Dez Mandamentos) que Deus fez com os homens. –
"Na verdade a
terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto
transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram a aliança
eterna." (Isaías 24:5).
Tiago, apóstolo de Cristo, fez menção
dos mandamentos de Deus, equiparando-os em partes iguais. _ "Porque
qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto,
tornou-se culpado de todos." (Tiago 2:10).
A lei é um conjunto
de ordenanças, às quais deve se aplicar valores iguais. É uma peça,
se quebrar perde a originalidade. Assim como não se pode guardar
água em um copo quebrado, ou não se pode aplicar um documento
rasurado, também não se pode admitir fragmentos na santa Lei do
Eterno. Razão pela qual Tiago argumenta com muita propriedade: –
Quem tropeçar em um mandamento torna-se culpado de todos.
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